É muito simples compreender o sacrifício que Kaká fez na Copa da África.
Sua lesão no joelho esquerdo e lombalgia eram tão graves que só voltará a jogar em janeiro.
Ou seja: agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro serviram só para recuperação.
O segundo jogador mais caro da história está parado há cinco meses.
A direção do Real Madrid ainda não se conforma como ele expôs a tanto sacrifício pela Copa.
Médicos confirmam que as dores que ele sentiu foram além do normal.
Kaká estava obcecado.
Foi um enfeite na Copa de 2002 e havia fracassado na de 2006.
Queria a redenção em 2010.
Se aproveitou da dependência da convocação de Dunga...
E principalmente da vontade de um trio.
Do fisioterapeuta Luis Rosan, do preparador físico Paulo Paixão e do médico José Luiz Runco.
Eles acreditavam ter a missão divina de colocar o jogador em campo na África.
De qualquer maneira.
Sabiam que Dunga contava, precisava dele em campo.
E todos foram contagiados com o enorme espírito de sacrifício de Kaká.
Ele se submeteu a tudo para jogar.
Principalmente ao seu maior sacrifício pessoal, as dores.
Diagnósticos foram desprezados.
E todo tipo de tratamento tentado.
Ele ficou muitas madrugadas acordado tratando do joelho e da lombalgia, que era mais cruel.
As dores na lombar eram terríveis.
Dificultavam a movimentação, o arranque, os chutes.
Praticamente anulavam o potencial de Kaká.
Mas perigosa mesmo era a lesão do joelho.
"Ele colocou sua carreira em risco.
Não sei como um jogador tão importante se expôs a isso", disse o consagrado médico Marc Martens que o operou em agosto.
Kaká estava com o menisco rompido.
A direção do Real Madrid ficou possessa com o diagnóstico.
Afinal, gastou 65 milhões de euros no meia.
Cerca de R$ 178 milhões!!!
Tudo por um sacrifício inútil.
Kaká não podia se movimentar, mas contava com toda a confiança de Dunga.
Todos diziam que o jogador estava bem.
Seu esquema dependia demais de um jogador talentoso, mas com o menisco rompido.
Médicos de clubes grandes de São Paulo me afirmaram que nem Pelé no auge faria melhor com o joelho como estava o de Kaká.
Tudo isso foi exposto porque o jogador anunciou a sua volta em janeiro.
E de novo, se ouve um aviso vindo da CBF.
"Kaká será fundamental para o meu trabalho.
Ele sabe o quanto conto com ele."
As frases são de Mano Menezes.
A direção do Real Madrid, José Mourinho, parentes e até assessores de imprensa de Kaká ficaram arrepiados.
Outra vez, não.
Todos sabem o quanto o jogador quer completar a trajetória vitoriosa na sua carreira.
E ele está devendo na Seleção Brasileira.
Principalmente em uma Copa do Mundo.
Em 2014, ele terá 32 anos.
Será a sua última chance.
Se ele fez o que fez em 2010, o medo é pensar em tudo o que ele se sujeitará a jogar a Copa do Brasil.
Que Mano Menenezes ou quem estiver no comando da Seleção tenha bom senso e perceba essa exagerada determinação de Kaká.
E que cultive Ganso e até o argentino naturalizado Conca.
O Brasil não pode nunca mais depender da santa obsessão de Kaká.
Até porque acabou a boa vontade da direção do Real Madrid em relação à Seleção Brasileira.
Os espanhóis não perdoam o que foi feito com seu jogador que custou R$ 170 milhões.
Só o vão ceder quando forem obrigados pela Fifa.
Acabou a política de boa vizinhança...
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