
Lula acena ao lado de Morales durante cúpula do Mercosul; boliviano quer o brasileiro no comando da ONU
O presidente da Bolívia, Evo Morales, propôs nesta sexta-feira (17) aos países do Mercosul que indiquem o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva como candidato do bloco à Secretaria-Geral das Nações Unidas.
- Por sua experiência, sua capacidade de persuadir os opositores, sua capacidade de integrar os povos, de convencer-nos e de repreender-nos, pelo bem de nossos povos.
Morales fez a declaração na plenária da 40ª Cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, o último compromisso internacional de Lula como presidente - ele entrega o cargo em 1º de janeiro a Dilma Rousseff.
Segundo o boliviano, Lula "merece e deve assumir uma enorme responsabilidade no mundo", em "defesa da igualdade entre os povos", e para isso não existe melhor alternativa do que a Secretaria-Geral da ONU.
- Ele terá que fazer campanha, mas quem melhor do que um dirigente sindical para nos representar dignamente nas Nações Unidas?
Lula se limitou a sorrir e não comentou a proposta, que foi recebida com calorosos aplausos pelos presidentes da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner; Uruguai, José Mujica, e Paraguai, Fernando Lugo, países-membros do bloco.
Também expressaram sua aprovação com aplausos o presidente do Chile, Sebastián Piñera, e o vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón, assim como os representantes do Equador, Peru e Venezuela, que participam da cúpula na qualidade de países associados ao bloco.
Representantes da Guiana e Suriname participaram do encontro como observadores. Turquia, Síria, Cuba, Autoridade Nacional Palestina, Austrália e Nova Zelândia enviaram delegações, como convidadas especiais.Confira também
Lula diz adeus e destaca crescimento
Lula fez nesta sexta-feira um discurso de despedida de seus colegas do Mercosul e pediu a continuação do "projeto de integração cada vez mais ambicioso do bloco", do qual disse sentir-se "orgulhoso".
- Este é meu último compromisso como presidente em solo brasileiro da minha agenda internacional. Foram muitos anos de alegria com os chefes de Estado e o destino fez com que meu último compromisso fosse numa reunião do Mercosul.
Lula fez a declaração ao discursar na 40ª Cúpula do Mercosul e em referência ao fim do seu mandato no fim do mês.
Em seu discurso, Lula resumiu os acontecimentos dos últimos oito anos - que coincidiram com seus dois mandatos - no bloco integrado pela Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, e em particular destacou os avanços sociais e econômicos registrados nos quatro países.
- Não podemos deixar de comparar o dinamismo [do Mercosul] com o processo de paralisias que atravessam atualmente os países mais desenvolvidos.
Lula voltou a criticar a crise nas nações mais ricas e a assegurar que "não serão os pobres que vão pagar as consequências" da crise econômica.
Afirmou que enquanto as economias mais poderosas do mundo optam por "renunciar o papel de locomotivas e se debatem entre a crise e o desemprego", os países do Mercosul registram taxas de crescimento que estão "entre as mais altas do mundo".
O presidente citou projeções segundo as quais a economia do Paraguai crescerá 9,7% este ano, enquanto a do Uruguai atingirá 9%, a Argentina 8,4% e a do Brasil 7,7%.
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