Gilmar Rinaldi: 'Não tenho vergonha de ganhar dinheiro com futebol'
Agente de jogadores importantes, como Adriano, ex-goleiro afirma que seu trabalho é legítimo como qualquer outro, desde que feito com transparência
Antes de se tornar agente, Gilmar buscou conselho
com Ferguson e Wenger (Foto: Globoesporte.com)Empresários de jogadores de futebol são vistos como vilões. Para muita gente, não passam de aproveitadores que tentam enriquecer negociando os maiores patrimônios dos clubes: seus atletas. Gilmar Rinaldi, ex-goleiro de Internacional, São Paulo, Flamengo e Seleção Brasileira, reconhece que sua profissão não é das mais populares.
Prestes a completar 52 anos (no dia 13 de janeiro), ele comanda a carreira de 12 jogadores, entre eles Adriano e Fábio Simplício, ambos do Roma, Danilo, do Corinthians, e Washington, do Fluminense. Afirma que sempre procura o que é melhor para seus jogadores e declara, sem receio: não vê nenhum problema em ganhar dinheiro com o futebol.
- Existe, sim, uma espécie de vilanização dos empresários. Mas é um trabalho honesto como qualquer outro. Eu não tenho vergonha nenhuma de ganhar dinheiro com futebol. Na Europa, o trabalho do empresário é visto com normalidade. Faz parte. O futebol envolve muita paixão e, no Brasil, se criou esse estigma de coisa errada - comenta.
Gilmar Rinaldi afirma que, desde que as relações sejam transparentes, não há nenhum problema no trabalho do empresário. Ele conta que faz questão de que tudo seja documentado para que não haja nenhum mal-entendido.
- Sempre coloco tudo no papel: quanto o jogador vai ganhar, quanto será a minha parte. Em todas as negociações faço isso. Tem gente que me diz: "Não precisa disso". Mas eu faço questão.
Início da carreira
O ex-goleiro partiu para a carreira de agente em 2000, logo depois que deixou o cargo de superintendente de futebol do Flamengo. Ele explica que, antes mesmo de se decidir, já vinha sendo consultado por jogadores, que lhe perguntavam se ele não queria agenciar suas carreiras. Antes de fechar contrato com algum atleta, tirou a licença na Fifa (pagou 100 mil francos suíços, equivalentes a cerca de R$ 180 mil) e partiu em busca de know how.
Gilmar diz que relacionamento com Adriano é
franco: 'É como se fosse um filho' (Foto: Reuters)- Peguei conselhos com Paulo Angione (atualmente gerente de futebol do Bahia). Viajei para a Inglaterra, conversei com Alex Ferguson, com o Arsène Wenger (técnicos de Manchester United e Arsenal, respectivamente). Fui buscar conhecimento. Depois, comecei a agenciar Adriano, Reinaldo (atacante) e Juan (zagueiro). Isso tudo em 2000 - contou, referindo-se a três jogadores que faziam parte do elenco rubro-negro em seus tempos de dirigente.
Rinaldi cita como exemplo de negociação bem-sucedida a transferência de Vagner Love do Palmeiras para o CSKA-RUS, em 2003. Ele tinha uma porcentagem dos direitos econômicos sobre o atleta e, mesmo já tendo rompido relações com o atacante, conseguiu receber sua parte.
- O Palmeiras foi decente e pagou tudo. Foi uma negociação rápida e que deu certo para todos os lados envolvidos. Nem sempre é assim.
Além de empresário, Rinaldi desempenha o papel de amigo e conselheiro de seus jogadores. Principalmente no caso de Adriano. O Imperador enfrentou problemas pessoais nos últimos anos que acabaram atrapalhando sua trajetória.
- Temos um relacionamento muito franco. É como se fosse um filho para mim. Ele é um rapaz que apareceu muito rápido, teve um crescimento vertiginoso e isso o assustou. Mas hoje em dia está mais maduro, estável.
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